Cultura popular, literatura e padrões culturais (Parte 2)
Este artigo escrito em 2004 tem por base estudos para meu livro “Abençoado e danado do samba – Um estudo sobre o discurso popular”, Edusp, 2013 – Prêmio Senador José Ermírio de Moraes 2014 – Academia Brasileira de Letras – e Prêmio Jabuti 2º lugar na categoria Teoria/Crítica literária Câmara Brasileira do Livro, 2014.
Aqui, apresento a continuidade da newsletter 118.
No modelo popular, a autonomia pode existir mas excepcionalmente quando, por exemplo, as regras são quebradas: filha que foge com o namorado, filhos que partem para ganhar dinheiro e cair no “mundão”, desavenças entre pai e filho etc.
Como vimos, no modelo moderno e individualista, tende a ser valorizada a voz singular do artista, suas idiossincrasias, seus interesses e temas particulares. O artista pode dizer o que quiser, sobre o que quiser, como quiser, com liberdade, autonomia e independência com relação à platéia.
Podemos chamar esse discurso de discurso-eu
No modelo hierárquico, tende a ser valorizada a voz compartilhável, o vocabulário público e os temas que dizem respeito a todas as pessoas
Neste caso, o artista busca cantar e tocar em assuntos que digam respeito a ele, claro, mas ao mesmo tempo a todos. No geral, são textos enraizados na vida concreta e nos eventos do dia-a-dia.
Podemos chamar esse discurso de discurso-nós
Vejamos algumas letras de samba, discursos populares que costumeiramente tratam de
assuntos relativos à vida cotidiana sempre de forma compartilhável. Começo com “O pai coruja” de Zé Roberto, sucesso de Zeca Pagodinho que faz referência à família:
Amigo não leve a mal
Mas isso é o meu dever
Se quer namorar minha filha
Moça de família, precisa saber
Comigo é na moda antiga
Não tem boa vida de encher a barriga
depois correr
O velho não é de bobeira, vai pegar você
Segundo a letra, se o namorado quiser se casar mesmo, vai ser bem recebido e até ganhar
“De presente um luxuoso apartamento
Mobiliado de frente pro mar, pronto pra morar”
Mas se suas intenções forem outras
Porém se for 171[estelionatário], um pé rapado
Se mete no meio de um fogo cruzado
Uma bala perdida, cuidado, ela pode te achar
Ta vendo, aqui na minha casa é um lar de alegria
Eu não deixo entrar pirataria
Se eu soltar meu cachorro, ele vai te pegar, amigo! (....)
Vale a pena relembrar um trechinho de “Trem das onze” de Adoniran Barbosa
Não posso ficar
Nem mais um minuto com você
Sinto muito amor
Mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhãE além disso mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho a minha casa pra morar
E eu não posso ficar . . .
A menção à família, assunto da vida banal e cotidiana, a voz que sai de dentro de uma estrutura hierárquica com pais, mães, filhos, avós e tios é recorrente nas letras de samba e, creio, é marca do discurso popular.
Tal discurso trata o ouvinte (ou o leitor) como alguém próximo e familiar, alguém cujo pressuposto é a identificação, e tem como princípio básico a igualdade entre poeta e platéia a respeito das coisas da vida e do mundo.
Vejamos o samba-choro “ Só vendo que beleza” de Henricão. Como o título indica, qualquer um que entre em contato com a tal casinha na Marambaia e, claro, for como “todo o mundo”, terá a mesma gostosa sensação.
Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia
Só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda enflorescida de brincos de princesa
Quando chega o verão
Eu sento na varanda
Pego o violão começo a tocar
Minha morena que está sempre bem disposta
Senta-se a meu lado também a cantar (....)
Note-se que ricos e pobres, cultos e analfabetos, adultos e crianças, todos compreendemos e podemos facilmente nos identificar com um texto assim
Peço ao leitor que pegue as letras de samba ou, por exemplo, de música caipira, e veja quantas e quantas vezes aparecem expressões como “a gente”, a “turma”, “a rapaziada”, a “galera”, o “pessoal”, o “povo” etc.
O leitor, se puder, compare com letras da moderna música popular e verifique a diferença. Nelas, a tendência do ponto de vista exclusivamente “eu” aflorar é preponderante.
Trago agora um trecho de “O samba da minha terra” de um de nossos maiores artistas sejam eles populares ou não: Dorival Caymmi.
O samba da minha terra
Deixa gente mole
Quando se dança todo mundo boleQuem não gosta de samba
Bom sujeito não é
Ou é ruim da cabeça
Ou doente do pé...
Note-se o ponto de vista “nós” presente o tempo todo.
Note-se que neste modelo o diferente, “quem não gosta de samba”, não é valorizado e, ao contrário, é tratado com alguma incompreensão.
Ou um trecho de “No pagode do Vavá” de Paulinho da Viola:
Domingo, lá na casa do Vavá
Teve um tremendo pagode
Que você não pode imaginar
Provei do famoso feijão da Vicentina
Só que é da Portela é que sabe
Que a coisa é divina
Tinha gente de todo lugar
No pagode do Vavá
São textos que representam claramente o discurso-nós cujo pressuposto é a grande identificação e familiaridade entre todas as pessoas.
Sobre o artista popular do mundo oral, quero lembrar Collingwood. Segundo ele, toda expressão de emoção do artista popular expressa não o “eu sinto”, mas o “nós sentimos” (C.f. HAVELOCK, Eric A. Prefácio a Platão, Papirus, 1996).
Em outras palavras, neste caso, o poeta opta em tratar de assuntos que dizem respeito a ele e a todos, e não de assuntos singulares que dizem respeito exclusivamente a ele.
No modelo popular, em suma, é valorizada a voz compartilhável, o vocabulário público, os temas que dizem respeito a todas as pessoas, os recursos que favoreçam a memorização (refrões e fórmulas, por exemplo), as imagens visualizáveis (não abstratas, que preferem as ações e não ideias) e o discurso que possa ser memorizado e seja compreendido com imediatez. Não é pouco!
Sugiro, portanto, mesmo que de forma esquemática, a importância de se levar em conta a existência de dois discursos originários de diferentes padrões sociais, éticos e estéticos: o “discurso eu” – oficial e moderno, marcado pela escrita (e suas tendências). E o “discurso nós” – popular e tradicional, marcado pela oralidade (e suas tendências).
É bom deixar claro que isso nada tem a ver com qualidade. Ambos os discursos, dependendo do caso, podem ser bem ou mal resolvidos.
O que importa: o reconhecimento de que ambos costumam ser criados e construídos a partir de pressupostos e paradigmas diferentes.
É preciso fazer uma crítica ao modelo oficial moderno individualista e sua tendência a valorizar a liberdade, a igualdade e a autonomia.
Indiscutivelmente, liberdade, igualdade e autonomia são conquistas históricas e dizem respeito a qualquer coisa que se possa chamar civilização. Mesmo assim, são passíveis de discussão afinal, se levadas ao pé da letra, como verdades absolutas, podem se transformar em agentes da descivilização.
Penso aqui nas ideias de Norbert Elias. Para ele, nada indica que estejamos indo rumo à civilização. É que as forças civilizatórias e as forças descivilizatórias vivem em permanente combate. Por exemplo, a ciência e a técnica trouxeram mais saúde e conforto aos homens. Trouxeram também poluição e a crescente destruição do meio ambiente.
A administração dessas forças civilizatórias e descivilizatórias é algo complexo que diz respeito a todos nós.
Para Elias, é bom lembrar, ao processo civilizatório correspondem “”transformações do habitus social dos seres humanos na direção de um modelo de auto-controle mais bem proporcionado, universal e estável” mas mais que isso. Corresponde também à “capacidade de um ser humano [de] se identificar com outros seres humanos, em relativa independência do grupo a que pertençam, e portanto, amplia-se também sua capacidade de sentir simpatia por eles. Descivilização significa então uma transformação em direção oposta...” (C.f. ELIAS, Norbert. Escritos & Ensaios 1 –Estado, processo, opinião pública, Jorge Zahar Editor, 2006).
Nesses termos, note-se, civilização significa ou representa humanização, no sentido da identificação, e não da diferenciação, entre seres humanos.
Ótimos temas para serem debatidos na escola, em qualquer nível ou grau!
Infelizmente, em tempos utilitários de técnicos e especialistas preocupados exclusivamente com seus nichos de conhecimento, isso não tem acontecido. Essa ausência além de ser um problema cultural tem outro viés: um claro caráter político, melhor dizendo, de despolitização.
Mas falemos de “liberdade”.
É muito bom ser livre, mas, sou livre para colocar meus interesses particulares acima dos interesses coletivos e destruir a natureza para obter mais lucro ou induzir pessoas a comprar remédios sem receita médica como se fossem simples produtos de consumo?
Sou livre para fabricar e comercializar produtos que comprovadamente viciam e minam a saúde apenas para meu lucro pessoal?
Sou livre para ser pedófilo?
Caso não seja, então a liberdade não é tão livre assim!
Sobre a “igualdade”.
É muito bom ser “igual” mas, convenhamos, como falar em igualdade e “livre concorrência” num país onde 80% da população é analfabeta ou semi-analfabeta? Num país onde há prisões especiais para quem tem “nível universitário”? E ainda, onde, dependendo da cor da pele, aumenta consideravelmente a tendência de a pessoa ser considerada suspeita de algum crime?
Por outro lado, como a crença na “igualdade” tende a eliminar as hierarquias, neste modelo não faz sentido valorizar a experiência das pessoas mas velhas. Valorizar por que se somos todos iguais?
Não por acaso, na modernidade, a velhice é desprezada, afinal velhos costumam ser pessoas desatualizadas, ultrapassadas, antiquadas, fora de moda, estão “por fora” e, ainda por cima, são dependentes. Obviamente, a “independência”, sinônimo de “liberdade” e “autonomia”, é altamente valorizada no padrão individualista [c.f. LASCH, Christopher. A cultura do narcisismo. A vida americana numa era de esperanças em declínio. Rio de Janeiro, Imago, 1983].
Até crianças, neste contexto, são levadas a dizer: “pai você não entende porque quero um tênis que acende luzinha. Você está por fora!”.
É que neste modelo, não poucas vezes, se confunde “liberdade” e “autonomia” com a mera sociedade de consumo e seus interesses comerciais apresentados como “a última palavra” para quem é livre e “sabe o que quer”, leia-se, livre para escolher algum produto. Impossível esquecer da propaganda, em plena ditadura militar, num contexto de proibições, prisões e censuras de toda ordem: “liberdade é uma calça velha, azul e desbotada”.
Nesse ambiente, ao lado do realmente novo e inovador, algo bastante raro, surgem todo tipo de simulacros e bobagens descartáveis, algo mais do que comum.
Sobre “autonomia”.
Sou de fato autônomo para governar a mim mesmo seguindo minhas próprias leis e meus próprios interesses?
Peço ao leitor que, considerando homens, culturas e sociedades, dê um único exemplo concreto de “autonomia”.
Neste ambiente, surgem frases inacreditáveis como “Quem sabe o que quer fuma Minister”. Trata-se de autonomia com relação ao conhecimento e à inteligência!
Para muitos, o modelo individualista tende a gerar a guerra de todos contra todos.
É que a ideia individualista tende ser exclusivista por definição. O que interessa é o “meu” interesse, o “meu” jeito de ser, o “meu” gosto, a “minha” classe social, a “minha” cultura, a “minha” linguagem, a “minha” crença etc. O resto, o “diferente de mim”, deve ser excluído, para não dizer destruído. Dou um trágico exemplo: alguns jovens da elite, estudantes de escolas consideradas ótimas, transformados em pessoas individualistas, alienadas e imbecilizadas, que costumam sair por aí tirando rachas de automóveis, fazendo quebra-quebra ou matando índios, mendigos, empregadas domésticas, garçons e prostitutas.
Surge a despreocupação individualista, descivilizada, egocêntrica e imbecilizada com relação ao futuro, com afirmações do tipo: “e daí que daqui a 50 anos não vai haver água ou comida para todos? Até lá eu já morri!”
Um pequeno exemplo da incoerência do modelo moderno. Seu discurso, pelo menos na música popular, quase não fala na família, teóricos afirmam que a família é uma instituição pré-moderna mas obviamente ela continua a existir, teóricos têm famílias, pais, avós e filhos, pós modernos casam, separam, casam de novo, envelhecem e viram vovôs cheios de netos e bisnetos.
Não estou aqui para defender a família. Tento dizer que confundir teorias e princípios abstratos com a vida prática costuma distorcer a visão que temos da realidade.
É preciso fazer também uma crítica ao modelo popular, tradicional e hierárquico.
Não podemos idealizar a tradição popular. Hierarquias podem ser verdadeiras prisões sociais. Castas ou divisões entre nobres e plebeus nada mais são do que modelos hierárquicos
Famílias por vezes são instituições amorosas e importantes na formação das pessoas. Podem também ser lugares sufocantes de flagrante desrespeito a indivíduos, violência, loucura, simbiose, dependência, mimo, autocomplacência, autoritarismo, transgressões, explorações e abusos de todo tipo.
No modelo hierárquico, pais podem se dar ao luxo de determinar com quem seus filhos devem casar, suas profissões, sua religião etc. Podem inclusive explora-los para ganhar dinheiro.
Em suma, neste modelo pode surgir a situação de sermos obrigados a respeitar pessoas que mesmo sendo consideradas hierarquicamente superiores, não merecem qualquer respeito. Podemos ser levados a construir nossas vidas seguindo padrões preconceituosos e castrativos seguindo leis sem sentido, padrões por meio dos quais nossos legítimos desejos individuais e subjetivos são relegados a um segundo plano.
Fora isso, o modelo popular pode ainda dar margem a nepotismos, favorecimento de amigos, procedimentos éticos incivilizados etc.
Isso sem falar no surgimento de donos de verdades culturais, cultuadores de “raízes” e “origens”, regionalismos, nacionalismos e xenofobias, posturas excludentes e apaixonadas de fundo claramente mítico.
Afinal, o que pretendo ressaltar? O fato de que vivemos entre diferentes padrões culturais que atuam sinergicamente e que é preciso não só reconhece-los como examina-los criticamente e discuti-los.
Confundir modernidade com civilização me parece um erro crasso. No mínimo, o modelo moderno está em construção e necessita de aperfeiçoamento.
Acreditar que a tradição, por si só, vá resolver qualquer problema é erro tão grave quanto acreditar mítica e acriticamente na modernidade.
Tradição e modernidade são ligadas umbilicalmente e atuam sinergicamente. A lógica das culturas é, como sabemos, permanecer e simultaneamente mudar. Outra coisa é veleidade, arrogância e preconceito.
Com o modelo moderno talvez fique mais fácil compreender e valorizar o desenvolvimento individual, nossas singularidades, nossas experimentações com ideias, linguagens etc.
Com o modelo tradicional talvez fique mais fácil compreender e valorizar o fato de sermos pessoas vinculadas aos grupos e comunidades a que pertencemos.
Ambos os aprendizados são fundamentais.
As escolas, independentemente de graus e níveis, seriam um ótimo lugar para dar início e fomentar essas discussões. Fugir delas, creio, nada mais é do que pura alienação.
O assunto das relações entre cultura popular e literatura é muito amplo.
Envolveria, por exemplo, falar na grande valorização do pensamento teórico, impessoal e analítico, e seu respectivo discurso, difundido pelas escolas. Envolveria também falar em sua contrapartida: o pensamento assistemático baseado na experiência prática, no “aprender fazendo” ou vendo o outro fazer, no improviso, no “método” intuitivo do “bricoleur” (penso naturalmente em Lévi-Strauss), assim como no conhecimento tradicional (presente, por exemplo, nos ditados populares: “quem anda na linha o trem esbagaça” ou “com a onça morta é fácil fazer a foto” ou “quem está de fora, joga melhor” etc.), pensamento difundido pela cultura popular e seu discurso.
Envolveria contrapor uma ética de princípios, construída a partir de valores abstratos (igualdade, isenção, isonomia etc.) e textos fixos e consultáveis, a uma moral ingênua construída pela convivência, marcada pela oralidade, mantida pela memória, moral sempre relativa, interessada e adaptável caso a caso.
Em suma, seria preciso falar em muito mais coisa, mas paro por aqui.
Em resumo:
1) tentei mostrar que vivemos às voltas com pelo menos dois modelos culturais: a visão de mundo moderna, oficial e escolarizada e a visão de mundo tradicional e popular. São diferentes hábitos mentais, padrões sociais, culturais, éticos e estéticos, diferentes maneiras de enxergar os homens, a vida e o mundo. Tais modelos implicam diferentes discursos;
2) não pretendi dizer que a literatura popular e tradicional é melhor ou pior do que a literatura moderna e escolarizada mas sim mostrar que ambas são criadas a partir de princípios diferentes e que isso tem implicações. Creio que dentro das escolas, para o estudo da literatura e do fazer literário, seria interessantíssimo começar mostrando, por exemplo, letras de samba de Noel Rosa, Dorival Caymmi, Zé Kéti e outros vinculados à poética tradicional e popular. Depois mostrar letras de compositores vinculados ao modelo letrado como Chico Buarque, Caetano e Gil, analisando as diferentes formas de construir os textos dos dois grupos de artistas. Em seguida, compararia tudo isso com as obras de Drummond, Bandeira, Murilo Mendes, Ferreira Gullar, Haroldo de Campos, João Cabral de Melo Neto etc. O aluno seria levado a perceber que não há qualquer “evolução” em jogo mas, sim, diferentes padrões culturais e procedimentos criativos. Não seria uma bela, rica e prazerosa maneira de introduzir a poesia ao leitor iniciante?
3) creio que conhecer os recursos literários populares, marcados pela oralidade, num país como o nosso, pode ser uma contribuição fundamental para a formação de leitores e até para uma maior integração social.
4) creio que num país, com as características do nosso, conhecer a cultura popular é uma questão fundamental. Gostaria de citar Mário de Andrade: “Sempre considerei o problema máximo dos intelectuais brasileiros a procura de um instrumento de trabalho que os aproximasse do povo.” (C.f. ANDRADE, Mário. Entrevistas e depoimentos. Org. Telê Porto Ancona Lopes. T.A. Queiroz. 1983.).
5) quis lembrar ainda que ser “tradicional” ou “moderno” não implica, em si, qualquer valor mas, sim, diferentes modelos de consciência.
Para terminar, creio que conhecer e reconhecer diferenças entre a cultura oficial e a cultura popular, aceitando que ambas, e não apenas a oficial, sejam relevantes, é uma questão de auto-conhecimento social, pode ampliar nossa visão de mundo e permitir que a gente consiga pensar melhor sobre nossa sociedade, sobre nossa arte, sobre nossa literatura, sobre nossa educação e sobre nós mesmos.
📝Este artigo, escrito em 2004, tem por base estudos para meu livro “Abençoado e danado do samba – Um estudo sobre o discurso popular”, Edusp, 2013 – Prêmio Senador José Ermírio de Moraes 2014 – Academia Brasileira de Letras – e Prêmio Jabuti 2º lugar na categoria Teoria/Crítica literária Câmara Brasileira do Livro, 2014.
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